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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A economia por trás do cybercrime

Pragas surgem a todo o tempo por um único motivo: 
os bandidos querem o seu dinheiro.


       O número de pragas virtuais não para de crescer em todo o mundo. Estimativas da Kaspersky, empresa de segurança online, apontam que em 2004, 1 novo vírus era descoberto a cada hora. Em 2006, já era 1 novo vírus a cada minuto. Hoje, temos 1 vírus desenvolvido a cada segundo. E ao final de 2012, qual será a realidade do mundo online? Este parece ser um cenário bastante perigoso para nós, que dependemos da Internet em nosso dia a dia, já que especialistas afirmam que 99% desses criminosos só querem uma coisa: o seu dinheiro.

        Ainda de acordo com a Kaspersky, o cybercrime chegou a movimentar em torno de 1 trilhão de dólares em 2011. Só para se ter uma ideia, o tsunami no Japão causou um prejuízo de 300 bilhões de dólares aos cofres daquele país. É como se o mundo sofresse a perda de 3 tsunamis por ano, só na internet.

Mas eu não tenho dinheiro. Ainda assim, posso ser vítima?

"É claro! Você pode não ter dinheiro, mas tem amigos. E por que os criminosos não mandariam spam para eles, através de sua lista de emails ou sua rede social, para tentar infectá-los? Algum deles, certamente, terá um troco", alerta Stefan Tanase, pesquisador de segurança da Kaspersky. Esta acaba sendo uma parte importante no trabalho dos criadores de vírus: quanto mais espalharem a praga, mais chances têm de ganhar dinheiro, já que mais pessoas podem cair no golpe. "É uma situação complicada. É como um dragão: corta-se uma cabeça mas nascem outras duas. A pessoa pode desinfectar seu PC, mas já contaminou outros 2. E assim a coisa se espalha", completa.

Tanase afirma que já conheceu vírus que renderam 6 mil dólares por semana para quem o desenvolveu. E as formas de enganar as pessoas são várias. Uma das mais comuns são as mensagens falsas na web, que afirmam que seu PC está contaminado. O usuário inadvertido clica ali, compra o produto falso e tem a sensação de que foi salvo da praga. Na verdade, ao comprar o software falso, ele estava adquirindo um produto sem eficácia alguma, e ainda clicou em um link que pode ser malicioso por si só, abrindo as portas de sua máquina para outros ataques. Hoje, também já existem QR Codes maliciosos, que te direcionam para sites contendo vírus. Há, ainda, os chamados SMS Trojans, que mandam mensagens para "números premium" - aqueles utilizados para venda de serviços via telefone. Dessa forma, a sua conta no final do mês traz valores estranhos, mas, mesmo assim, você paga junto de sua conta do celular. Pronto. Você foi vítima de um golpe virtual sem nem ao menos ter notado.

Cada vez mais fortes

"Quanto mais dinheiro os cibercriminosos ganham, mais verba eles têm para reinvestir em pesquisa. Assim, conseguem criar pragas cada vez mais elaboradas e de difícil detecção", afirma Tanasse. "Já investiguei pragas tão elaboradas que os criminosos programaram para receber, todos os dias pela manhã, um SMS informando a quantidade que arrecadaram no dia anterior! O Koobface rendia 2 milhões de dólares por ano quando foi descoberto", completa.

Os especialistas afirmam que os projetos de vírus estão cada vez mais organizados, com organogramas e diversos profissionais envolvidos. "Eles já provaram que são sem escrúpulos. E se, um dia, uma rede terrorista resolver empregá-los? É preciso ficar de olho", conclui, em um tom apocalíptico.

Igor Lopes, de Cancun, México




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