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domingo, 4 de março de 2012

Reconheça nas embalagens três vilões da saúde do coração

Muitos consumidores desconsideram este tipo de informação a mais nas embalagens de produtos alimentares. Mas a obrigatoriedade da impressão da tabela nutricional nos rótulos dos alimentos produzidos no Brasil existe desde 2003 e fornece importantes dados sobre a composição que pode tanto beneficiar quanto prejudicar a saúde. A nutricionista e pesquisadora Fernanda Reis de Azevedo, do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, ajuda a desvendar quais são os principais vilões das artérias coronárias.

Inimigo número 1: Sódio

Muito mais que gordura, a adição de sal em produtos industrializados é tão corriqueira que às vezes nem nos damos conta. "O sódio faz parte da composição de muitos adoçantes utilizados em alimentos dietéticos, como os refrigerantes light", afirma Fernanda. Sem perceber, achando que estão consumindo menos calorias, as pessoas ingerem quantidades exageradas de sal que são como uma bomba para hipertensos.

De acordo com o Ministério da Saúde, a proporção de brasileiros com hipertensão arterial cresceu de 21,5%, em 2006, para 24,4% em 2009. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no nosso país se consome em média 12 gramas de sal por dia, o dobro do recomendado.

O problema do consumo excessivo de sal é que ele provoca retenção de sódio e água nos rins, o que aumenta o volume de sangue em circulação. Com um fluxo sanguíneo maior correndo pelas artérias, a pressão arterial fica mais alta. Levantamento do Ministério da Saúde feito em 2009 também mostra que a doença não ocorre apenas entre os idosos. Entre adultos com até 34 anos, 14% apresentaram hipertensão, e esta a proporção é maior entre mulheres (27,2%) do que entre homens (21,2%).

Inimigo número 2: Gordura trans

Ela foi inventada pela indústria alimentícia para deixar os alimentos mais saborosos e conservados, mas hoje já é considerada a grande vilã da saúde coronária, que entope os vasos sanguíneos e pode causar até acidente vascular cerebral (AVC). É sabido também que gestantes que consomem muita gordura trans, por exemplo, podem prejudicar o desenvolvimento neurológico do feto, além de ter mais chances de ter um filho obeso.

Produzida a partir de um processo químico, ela se encontra em maior quantidade em bolachas, pipocas de microondas, chocolates, sorvetes, salgadinhos, pastéis, folhados, tortas, bolos e outros alimentos que levam a adição de margarina.

Produtos que contém gordura trans não deveriam ir para a cesta de compras, segundo Fernanda. Por não ser sintetizada no organismo humano, ela permanece depositada no corpo. Como não é essencial para a saúde, não há um valor recomendado de ingestão. O ideal é não consumi-la nunca, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de gordura trans não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta (numa alimentação de 2 mil calorias equivale a dois gramas diários, quantidade presente em três bolachas recheadas). Entretanto, até biscoitos do tipo água e sal contêm gordura trans.

Em 2006, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que o item gordura trans passasse a ser impresso na tabela nutricional do rótulo dos alimentos. Porém, além de difíceis de serem interpretados, estes dados às vezes são maquiados por mensurarem a presença de gordura trans em fatias inexpressivas ou mínimas de produto.



Inimigo número 3: Gordura saturada

        Por ser um tipo de gordura encontrado principalmente em produtos de origem animal, é difícil de evitá-la. Ela está presente em carnes vermelhas e brancas (principalmente na pele das aves), leite e derivados integrais (manteiga, creme de leite, iogurte e nata), além de alguns azeites. É comprovadamente a responsável por aumentar o colesterol ruim (LDL) que se deposita nas artérias, elevando o risco de problemas no coração. A recomendação para indivíduos saudáveis, segundo Fernanda, é de até 10% do total calórico diário consumido.

n/Fonte: www.minhavida.com.br - clique aqui

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